O crime não gera votos

08/03/10

Violência contra cidadãos do Estado não gera votos. Talvez por isto segurança não é prioridade governamental. Quem duvidar leia esta notícia publicada na quinta-feira passada “O Estado de S. Paulo”: “Uma quadrilha de 15 ladrões bem-vestidos e armados de pistolas, revólveres e metralhadoras furou a segurança de um condomínio de luxo do Morumbi, em São Paulo. O grupo amarrou moradores e empregados de quatro residências e invadiu as casas em menos de 90 minutos, às 7h da manhã. O bando fugiu em três carros, antes da chegada da polícia. Ninguém ficou ferido. Entre os bens roubados, já detalhados pelas vítimas aos policiais do 89º DP (Portal do Morumbi), constam máquinas fotográficas digitais, computadores portáteis, celulares, acessórios de informática, US$ 2,9 mil, R$ 1,5 mil em dinheiro e mais de 50 jóias, além de cartões de créditos e documentos das vítimas”. Tudo dentro da normalidade. Ironicamente o delegado responsável pelo “rigoroso inquérito” informou que “para amenizar o sofrimento das vítimas, em vez de os moradores assaltados irem à delegacia prestar queixa, os policiais irão até o condomínio para colher informações e elaborar retratos falados dos ladrões.” A modernidade chegou a este ponto no Brasil! Nenhuma autoridade política disse nada, porque esse tipo de violência é rotina hoje em todo o País. O combate ao crime não compensa porque não gera votos. As zelites que se virem!

Guerrilha urbana

O assalto descrito pelo jornal paulista é ação de guerrilha urbana articulada por especialistas e executada por pessoal treinado. Virou rotina. Os que assaltaram o Condomínio do Morumbi podem sair dali e, no mesmo dia, praticar outro assalto em outra região de São Paulo ou em qualquer cidade do Brasil. Ninguém mais se espanta.

Rotina

Quando anoitece, no cruzamento das avenidas dom Helder Câmara e dos Democráticos, no Rio, um jovem aparentando ter 12 anos gesticula e dá sinal verde às operações do tráfico. Cinco segundos depois saem motos da Favela com homens armados de fuzis, para assaltar os veículos que passam pela via expressa. Ninguém protesta. Afinal, é a rotina.

Nada a declarar

O que estranha é que nenhum dos pré-candidatos a Presidente da República fala em programa de combate à criminalidade organizada. Para o atual governo, combate à criminalidade não é prioridade no País nem questão vital para a sobrevivência da população. Para alguns políticos, segurança se faz com aumento dos salários dos policiais. (Coluna de Ivan Santos no Correio de Uberlândia).

Fonte: Jornal Correio de Uberlândia

0 comentários :

Licença Creative Commons