Férias e viagem de fim de ano, paz ou pesadelo?

Férias de fim de ano, sinônimo de paz, sossego e tranquilidade, certo? Nem sempre, veja abaixo a reportagem que o DicaSeg separou, onde mostra que na maioria das vezes as férias de fim de ano podem se tonar um pesadelo se não forem tomados alguns cuidados com a segurança. A reportagem foi realizada pelo site do FANTÁSTICO.

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Veraneio perigoso

Casas arrombadas, carros roubados, sustos! Quais são os cuidados que se devem tomar para evitar que o verão termine em pesadelo?

Este comerciante usa escolta pessoal para entrar em casa. Ele fecha o portão com cadeado e, mesmo assim, não descuida. "É um trauma que a gente já traz de São Paulo", explica o empresário.

Pegar a estrada e passar as férias de verão no litoral é o programa de quase quatro milhões de paulistanos. Junto com o guarda-sol, a cadeira e o bronzeador o turista leva agora, na bagagem, o medo de ser assaltado.

"Já fui assaltado há muito tempo atrás e hoje tentaram assaltar a gente de novo", conta o bancário Rafael Cruz Pena, de Valinhos.

"Um cara foi assaltado ontem. Uns caras queriam levar o nosso celular", diz o estudante Thiago de Souza.

Eles estão no Guarujá, cidade freqüentada pela classe média alta paulista. Aqui, o crime mais comum é roubo de relógios, tênis, celular no calçadão da praia.

"Em relação ao ano passado, o número de prisão aumentou. Todo serviço tem prisão em flagrante. Principalmente de menores que estavam praticando roubo na beira da praia", declara o segundo-tenente da PM Antônio Marcos da Conceição.

Para deixar o turista relaxado na areia, a PM reforçou o patrulhamento nas ruas. Nos 320 km de praia do litoral sul de São Paulo - que vai de Cananéia a Bertioga - há 4.500 PMs; 1.300 vieram da capital para reforçar a segurança durante o verão, principalmente na Praia Grande, Santos e Guarujá.

Mas nem todo esse policiamento conseguiu evitar a morte de dois rapazes no fim de semana passado no Guarujá. Marcel e José Carlos foram dominados por bandidos num orelhão, levados para uma favela, torturados e executados.

"Eles acompanharam a abertura das covas. Ficaram ajoelhados, enquanto os assassinos cavaram. Aí foram executados e jogados. Presenciaram tudo", relata o delegado Milton Sérgio Vasquez.

Dos quatro envolvidos no crime, dois são menores. Os dois adultos confessaram tudo. Marcel e José Carlos foram só visitar o Guarujá. Eles passavam férias na Praia Grande onde o policiamento também está reforçado. Mas em locais como Itanhaém as placas de "vende-se" podem ser um sinal de que os moradores estão assustados.

"Muitos já venderam por causa de roubo. Seguro no litoral é quase impraticável. Normalmente as companhias não aceitam. Porque geralmente a incidência de sinistro é grande e quando aceitam a taxa de roubo é muito alta", diz o corretor de seguros Reinaldo Scalvo.

Para fugir da violência e ter um pouco mais de tranqüilidade, os moradores de São Paulo sonhavam com uma casa na praia. O litoral sul já teve seus momentos agradáveis de segurança. As casas eram amplas, com varandas abertas, muros baixos. Mas hoje quem vem pra cá tem que viver em fortalezas com grades, cerca elétrica, muros altos, alarmes.

Um bairro de Itanhaém contratou segurança particular. Os homens fazem a ronda nas ruas e escoltam moradores.

Nas férias de verão, a população de Itanhaém sobe de 71 mil para 400 mil habitantes. O policiamento é feito por 130 PMs.

"Meu vizinho foi roubado duas vezes num mês. Levaram todo estoque dele. Quando se chama a polícia, ela pergunta se teve vítima. Se não teve, boletim de ocorrência nem é feito", conta o comerciante Fábio.

"Onde temos cidades com residências baixas, como é no litoral sul, isso facilita ações dos marginais. Nem todas as casas estão ocupadas, o que permite o trânsito de um quintal pra outro", justifica o comandante da PM em Santos, Marco Antônio Moysés.

A polícia não fechou o balanço das ocorrências deste verão, mas adianta que até agora não houve aumento no número de roubos em Itanhaém em relação ao ano passado. Mesmo assim, é bom seguir as regras básicas de segurança.

Não deixe porta e janelas abertas, mesmo estando em casa. Coloque grades internas de ferro nas janelas, que são mais resistentes. Não leve celular, cheques e cartões de crédito para a praia. E nunca alugue um imóvel de temporada por telefone.

"Isso é perigoso, porque ele não sabe pra quem está alugando e quem sabe é uma quadrilha que vai cometer furtos e roubos na cidade e se esconder em casa", alerta o comandante da PM.

Fábio trocou São Paulo pela vida na praia. Montou um bar, mas já pensa em voltar. Em oito meses, foi assaltado quatro vezes. "Eu acho que não vale a pena viver na praia assim. Eu estou me questionando muito se vou continuar com isso ou não".

Fonte: Site do FANTÁSTICO

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