Cerca Elétrica - Dicas para melhor utilização

Por Carlos Rodrigues Costa*

No passado, utilizava-se muito como proteção sobre o muro a colocação de pedaços de cacos de vidro como forma de prevenção; como eu disse, no passado. Com o passar do tempo, não é novidade que os bandidos vêm se superando cada vez mais, ou seja, o criminoso vem se especializando, sempre buscando burlar as barreiras a fim de tirar vantagem. No entanto, profissionais e estudiosos dedicados ao setor de Segurança pública e privada também se superam cada vez mais desenvolvendo formas e mecanismos que estejam sempre à frente das habilidades dos criminosos.

Já há algum tempo, o velho caco de vidro foi substituído pela cerca elétrica, um sistema muito utilizado hoje em dia. Falaremos um pouso sobre este sistema e suas vantagens.

A primeira ação da cerca é criar um efeito psicológico, fazendo com que o marginal reflita sobre sua possível tentativa de invasão à propriedade, pois, caso ele por um deslize toque a cerca, sofrerá uma potente descarga elétrica que o deixará sem ação. Mesmo com uma descarga grande de eletricidade ela não é letal, visto que são pulsos de alta tensão, mas de baixíssima corrente. Estes pulsos são aplicados a cada 1 ou 2 segundos, o que evita que a pessoa fique “grudada” ao receber o choque, portanto, não causa danos à saúde. Todavia, o resultado desta descarga não é agradável, causando um grande susto para o invasor e, conseqüentemente, o disparo da sirene de alerta.

Além do efeito psicológico que ajuda a inibir a ação dos marginais, a cerca possui outros atrativos como: resistência ao tempo, baixo consumo de energia, baixo custo de investimento e confiabilidade.

A cerca elétrica também possui alguns acessórios adicionais, por exemplo, um aparelho discador para telefones que é acoplado junto à Central. Caso haja o disparo da sirene, na tentativa de violação da cerca, este aparelho liga para até 6 números pré-definidos pelo usuário e emite um sinal.

Existem dois tipos de aparelhos discadores, o modelo mais simples que utiliza uma discadora ligada à linha telefônica fixa, ou o mais moderno - telefone celular especial - com chip pré ou pós-pago; é adaptado especialmente para centrais de cercas elétricas. Este último é o mais recomendado, pois o bandido não tem como cortar seu sinal (linha telefônica). É possível também instalar holofotes para se acenderem ao disparar a sirene.

No Brasil não existe uma legislação federal sobre a utilização de cerca elétrica, porém alguns municípios brasileiros possuem leis locais sobre a utilização e permissão de uso deste equipamento. Portanto, é aconselhável que, antes de instalar este sistema, você busque informações se existe lei local com recomendações ou restrições sobre o uso.

Recomendações:

1 – Por não existir uma norma oficial no Brasil sobre a instalação de cerca elétrica, a contratação de uma empresa devidamente regulamentada e que siga as recomendações técnicas conforme a A.B.N.T (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ou I.E.C (International Eletrotechnical Comission) é essencial para que você evite problemas futuros.

2 – Busque referências sobre a empresa que irá prestar o serviço para saber se trata de uma empresa idônea e séria.

3 – A escolha da central adequada ao tamanho do terreno (distância) também é importante. Alguns modelos cobrem uma distância máxima entre 300 a 1200 metros lineares.

4 – Procure acompanhar o serviço de instalação, pergunte sobre o funcionamento do sistema e solicite testes através de aparelhos que comprovem a tensão do choque emitido pela cerca, bem como se o alarme irá acionar com o rompimento ou desvio de tensão.

5 – A cerca deve ser instalada a uma altura mínima de 2 metros e 10 centímetros do primeiro fio ao piso.

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6 – Devem ser fixadas placas de identificação em locais visíveis, com símbolos que possibilitem o entendimento visual, contendo informações que alertem sobre o perigo (“Pegiro! Cerca Elétrica). Outra regra importante é que a cada 5 metros deve existir uma placa na cerca.

7 – Nunca tocar nos fios da cerca com objetos que possam conduzir eletricidade, como metais, madeira molhada etc.

8 – A central deverá prover choque pulsante em corrente contínua, adequado a uma voltagem que não seja letal.

9 - Verificar rotineiramente a possibilidade de alguma planta tocar na cerca podendo ocasionar o disparo da central.

10 – Sempre desligar a central antes de regar plantas próximas à cerca elétrica, fazer podas em árvores e plantas ou quando for realizar manutenção no equipamento ou no muro.

É importante frisar que, embora não exista legislação que trate sobre este assunto, o fato do proprietário instalar a cerca elétrica em legítima defesa, do ponto de vista penal, não o exime de responder uma ação judicial por eventuais incômodos causados pelo choque, por exemplo, em pessoas, sejam estas moradoras do condomínio ou vizinhos. Por isso, a importância de se tomar todos os cuidados citados acima.

É recomendado que você, consumidor, procure um consultor em Segurança para que ele possa direcioná-lo melhor sobre o equipamento ideal, bem como fornecer orientações adequadas à sua necessidade. Normalmente, as empresas idôneas, sérias e de grande porte, dispõem deste profissional para lhe auxiliar.


* Carlos Rodrigues Costa, Autor do DicaSeg, Consultor e Gerente de segurança Empresarial. Especialista em Segurança, graduado em segurança pública (Unisul). Atua na análise de riscos e vulnerabilidades no ambiente empresarial corporativo e na implementação de controles de segurança em ambientes de alto risco (Data Centers)



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