5 golpes de taxistas em Buenos Aires

Placa de táxi em Buenos Aires

Os taxistas em Buenos Aires têm algumas peculiaridades. Eles facilmente rejeitam clientes, seja por estes estarem com muitas malas ou não irem muito longe. O “jeitinho brasileiro” (arriscado, por sinal) dos nossos taxistas, que não vêem problema em acomodar até quatro pessoas no banco de trás, não cola com os argentinos. Todos vão dizer a mesma coisa: “no y no”. E não tem jeito mesmo, portanto chame logo dois taxis e economize tempo.

Mas cuidado! A seguir estão os 5 golpes mais comumente aplicados em turistas na capital portenha:

1 – Golpe das notas falsas/engano

O passageiro chega ao seu destino e, ao pagar, dá uma nota de $ 100. O taxista recebe a nota e vira-se para a frente em seu banco. Segundos depois, ele volta-se para o passageiro, dizendo que a nota é falsa (ou que tem um rasgo e que não pode aceitar). O passageiro, confuso, sente-se obrigado a pagá-lo novamente. Recebe a nota falsa e dá ao taxista outra nota, só então recebe o troco. O dinheiro que o motorista diz ser falso, no entanto, é muitas vezes verdadeiro – trocado no momento que o taxista se vira para frente.

Em variações deste caso, o taxista recebe os $ 100, vira-se para a frente, troca a nota e diz que recebeu uma de $ 10. Ou afirma ter recebido duas de $ 2 quando a corrida custa $ 12; ou duas de $ 5, quando custa $ 15.

Como evitar: Procure sempre ter dinheiro trocado antes de pegar um táxi. Verifique bem o valor de suas notas e se elas são realmente verdadeiras ao receber e ao pagar alguém. As notas falsas geralmente são feitas grosseiramente, em papel sulfite. Procure identificar alguns detalhes como a marca d’água, a mudança de cor de azul para verde no número do canto superior da nota, os triângulos em relevo para a identificação por cegos e os desenho dos bustos, também em relevo. Caso queira economizar tempo, use a caneta que detecta dinheiro falso. No caso de ter certeza, não deixe de reclamar. Mas vá com calma. É sempre bom contar o dinheiro na frente do taxista, e mostrar a ele que as notas não são falsas na hora da entrega.

Cuide com os detalhes que identificam a nota verdadeira da falsa.

A caneta de marca Magic Money é facilmente encontrada em papelarias e custa menos de R$ 10.

2 – Golpe da filha no hospital

Nesse golpe um taxista de mais de 60 anos, de barba branca, se mostra extremamente educado. Depois de um tempo de corrida, ele pede permissão para atender o celular que está tocando e começa a encenação: chora e diz que tudo ficará bem, que ele dará um jeito de arrumar o que for preciso. Ainda chorando, comenta com os passageiros que sua filha está morrendo e que precisa de dinheiro para comprar remédios caros (500 pesos ou mais) até o fim da noite. A história é levemente modificada de um caso para outro, mas a intenção é sempre a mesma: sensibilizar os passageiros para que estes doem dinheiro ao motorista. O taxista forçará a barra, dizendo que vai se matar se não conseguir salvar a filha, que é um péssimo pai. Seja forte! Deseje pêsames, pague o valor da corrida e caia fora.

Como evitar: Fique atento ao pegar um táxi na região do Jardim Japonês, o local de maior ocorrência desse golpe.

3 – Golpe da corrida dobrada

Um homem desconhecido aborda o turista dizendo que é taxista. Prestativo, ajuda a carregar as malas até o carro. Lá, avisa o valor da corrida, coloca os passageiros para dentro do taxi e arranca rapidamente.

Apenas um tempo depois eles notarão que existe uma terceira pessoa no carro, sentada no banco ao lado do motorista. A essa altura não haverá mais nada a fazer. Ao se chegar ao destino, o passageiro entrega o dinheiro combinado e o taxista diz que falta mais dinheiro – afinal o mesmo valor (98 pesos para uma corrida do Aeroporto Ezeiza até o centro de Buenos Aires, por exemplo) deve também ser pago à outra pessoa. Com medo, os passageiros acabam pagando duplamente para poderem sair logo do taxi. Lembre-se: na dúvida, não embarque!

Como evitar: Procure taxis com a pintura de identificação (preta e amarela).

Local de maior ocorrência: Aeroporto Internacional de Buenos Aires (Ezeiza).

Radiotaxi

4 – Golpes da corrida com preço fixo/taxímetro desligado/voltas desnecessárias

Se você está indo para Buenos Aires pela primeira vez ou não sabe exatamente o preço da corrida de um lugar a outro, não arrisque: use sempre o taxímetro! Alguns taxistas dirão que cobram $ 25, $ 50, $ 100 por todas as corridas. Outros tentarão arrancar do turista um preço muito mais alto do que geralmente é cobrado. Nesse caso é fácil escapar, é só perguntar se eles trabalham como preço tabelado antes de entrar no carro. Se trabalharem, tchau e benção.

Caso você esteja familiarizado com preços de corridas e for pegar taxi no Ezeiza com preço tabelado, sempre pergunte se a taxa de pedágio (peaje, em espanhol) está incluída. O Taxi Ezeiza (cuja “barraquinha” está localizada no próprio aeroporto) é uma boa escolha. A corrida é paga antes do embarque, evitando assim problemas com dinheiro falso, comparsas no banco do passageiro e choradeira de taxista. Além disso, se você ligar para a empresa um dia antes do seu check out, contratando o serviço de volta ao aeroporto, o taxi estará a sua espera no horário combinado – e a corrida ficará mais barata (mas só se você tiver usado os taxis deles na ida).

Também haverão aqueles taxistas espertinhos que desligarão o taxímetro. Motoristas que dão voltas desnecessárias para chegar em um determinado lugar existem lá, aqui no Brasil, em todo o lugar. Novamente: não fique quieto nessas horas, mas seja cauteloso com o que irá falar.

Como evitar: Procure utilizar os serviços de empresas de taxi como a La Plata, os Radiotaxis e a Ezeiza, que são muito confiáveis e contam com motoristas cadastrados.

"Barraquinha" do Taxi Ezeiza, em que você paga antes pela corrida.

5 – Golpe da indicação de taxista

Após o passageiro dizer seu destino, o taxista começa com a conversa fiada de que o lugar já está fechado à aquela hora e que tem uma sugestão melhor. Normalmente os donos desse lugar melhor possuem acordos com o taxista, que recebe uma porcentagem por turista que ele leva até lá. Podem ser lojas, lanchonetes, bares e até bordéis. E caso você se mostre susceptível, o motorista poderá rodar de lugar em lugar, te levando a todos os estabelecimentos com os quais possui “convênio”.

Como evitar: Fique esperto! Se você não pediu a opinião do taxista, seja firme na sua decisão e não dê muito papo.

Aviso pendurado atrás do banco do passeiro nos taxis de Bs As

Com o conhecimento de como agem taxistas golpistas, é possível evitar a perda de dinheiro à toa. É sempre bom ter um “pé atrás” em um país estrangeiro, mas também é importante saber que a maioria dos taxistas são honestos. Das três vezes que minha família visitou Buenos Aires, só caímos em 1 golpe (o da corrida tabelada em $ 25, quando na verdade dava apenas $ 9) e não tivemos maiores prejuízos. Mas fomos bastante rejeitados por taxistas, e ter que ficar parando taxi por taxi não é o melhor passatempo. Aprendemos: na próxima vez, vamos ligar diretamente para empresas seguras e perguntar se aceitam excesso de bagagem ou se fazem trajetos curtos.

Se você já caiu em algum golpe de taxista em Buenos Aires, ou sabe de mais maneiras de evitar que isso aconteça, deixe-nos um depoimento contando a sua história!

Fonte: Planeta Osasco

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